26/04/2011

Plenarinho lotado debate políticas públicas para os autistas


O Plenarinho da Assembleia Legislativa do RS estava lotado. Cartazes, banners e faixas ilustravam a importância da Audiência Pública para tratar do Autismo. Promovido pelo deputado Alexandre Lindenmeyer (PT), o encontro reuniu representantes de diversas associações e autoridades ligadas ao tema, que revelaram os problemas enfrentados pelos portadores e suas famílias e ajudaram a propor novas iniciativas para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.

Entre os principais encaminhamentos, estão o envio de cópia do evento para as câmaras de vereadores gaúchas, incentivando novas audiências públicas sobre o assunto; a participação na PPA de Passo Fundo, dia 7 de maio; o repúdio, junto ao Ministério Público, ao programa da MTV que acentua o preconceito contra o autista; e a formação de grupo de trabalho para organizar os demais encaminhamentos propostos pelos participantes.

O encontro começou de forma emocionante. Logo depois de a deputada Marisa Formolo (PT) abrir a solenidade, e de o presidente da AL, Adão Villaverde, colocar a Casa à disposição do tema, falaram rapidamente o deputado proponente, Alexandre Lindenmeyer, e a incentivadora da proposta, Cecília Hypólito. Em seguida, foram ouvidos depoimentos de mães de autistas, contando o dilema enfrentado pelos portadores e pelas famílias. Foi um momento marcante na Audiência.

Desconhecimento
Muitos portadores estavam presentes junto com seus pais. A questão do autismo é agravada por diferentes fatores, entre eles a desinformação. Em seu depoimento, Josie Ferreira, mãe do autista Mateus, de 16 anos, contou que, antes de o autismo ser representado pelas camisetas azuis, ela usava uma outra, preta, que continha um texto explicando que ela era mãe de autista, pedindo a compreensão das pessoas para qualquer inconveniente que pudesse ser causado em público. “Era comum chamarem meu filho de mal-educado, por puro desconhecimento”, lamenta ela. Outros exemplos similares foram contados por outras mães. Uma das principais preocupações diz respeito à grande dependência que os portadores têm em relação a seus responsáveis. Se a vida já não é fácil nesse dia-a-dia, fica ainda mais grave quando o responsável falta. Para onde vão, então, os portadores? Faltam locais apropriados.

Escolas
O autismo apresenta diferentes graus de intensidade. Em alguns casos, o portador pode até mesmo frequentar escolas normais. Em outros, precisa de escolas especiais. Entretanto, não há políticas públicas adequadas para acolher essas demandas. De acordo com a professora e assessora de educação especial da secretaria da Educação do RS, Marizete Almeida Muller, falta até mesmo formação aos professores. Segundo ela, “Na escola, deve importar o potencial de aprendizagem, mas nem sempre é isso que acontece”. A assessora garante, entretanto, que a intenção da Secretaria é aperfeiçoar as relações e ampliar o atendimento.

Qualidade de vida
Para a professora-adjunta do Instituto de Psicologia da UFRGS, e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Transtornos do Desenvolvimento, Cleonice Bosa, é muito importante que sejam criados centros de ensino e que se invista em pesquisa. “Precisamos organizar banco de dados, validar instrumentos de ensino, investir em psicólogos e fonoaudiólogos”ressalta. Já Marcelo Ribeiro Lima, representante da ONG Movimento Autismo e Vida, leu um documento feito a várias mãos, onde se pede mais qualidade de vida aos portadores e familiares através de várias providências que serão consideradas pelo grupo de trabalho a ser constituído.
Diversas entidades se fizeram representar: AMAR, de Rio Grande; Escola de Educação Especial Maria Luzzardi; Associação Gota D’Água, de Bento Gonçalves; Amparo, de Pelotas; AMA, de Farroupilha; Aquarela, de Erechim; AUMA, de Passo Fundo; Pandorga, entre outros.

Na avaliação do proponente Alexandre Lindenmeyer, “demos um passo importante no sentido de buscar políticas públicas que garantam dignidade e qualidade de vida aos autistas e suas famílias”.

Em breve, mais detalhes sobre a Audiência Pública.

Fonte: Sites da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e do Deputado Alexandre Lindenmeyer.

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