Por Daniel Favero (site Terra)
A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o 2 de abril comoDia Mundial da Conscientização do Autismo. Apesar de não existir um número oficial, estima-se que 2 milhões de pessoas apresentem algum grau dessa síndrome no Brasil. Mas a ignorância a respeito da doença ainda está longe de ser incomum. A seguir, você verá histórias de ignorância e inoperância do poder público, de agressões movidas pelo preconceito e humilhações.
As protagonistas desses relatos são mulheres que desempenham um
trabalho hercúleo com seus filhos. Movidas apenas pelo amor e
calejadas pelos anos de frustração, já que sempre ouvem "não" como primeira resposta quando buscam auxílio, elas aprenderam a superar esses desafios.
Humilhadas e marginalizadas, muitas dessas mulheres ainda
sentem, talvez de forma involuntária, a necessidade de se explicar
pelo comportamento do filho, que fisicamente perfeito, é confundido com uma criança dita normal. A luta começa na busca por um diagnóstico, já que o autismo não é detectado por exames, e a medicina ainda não sabe qual é a causa. No entanto, se o transtorno não for tratado logo no começo, essas crianças são levadas para o completo isolamento. Solidão esta, muitas vezes, compartilhada pelas mães. Elas por muito tempo foram crucificadas, inclusive pela medicina, que as apontava como responsáveis pelo autismo do filho, conforme explica o diretor-presidente do Instituto Autismo e Vida, Marcelo Ribeiro Lima.
"Não existe uma causa específica para autismo hoje. Logo quando foi descoberto em crianças pelo médico austríaco Leo Kanner, na década de 40, ele chegou à conclusão de que isso era causado pela relação frágil, debilitada daquela criança com a mãe. Então surgiu daí a tese da 'mãe geladeira'. Mas isso é uma coisa que é abominada pela medicina atual. As mães carregaram por muito tempo essa culpa. Era uma sentença totalmente baseada na psicanálise", explica Lima, que é pai de um menino autista de 7 anos.
Existem diferentes graus e tipos de autismo, mas os sintomas clássicos são identificados pela dificuldade de desenvolvimento da criança. Muitas são confundidas com surdos, uma vez que não respondem prontamente aos pais. A dificuldade deles em se comunicar faz com que se isolem cada vez mais, entrando em seu mundo particular, daí a necessidade de um acompanhamento contínuo.
Até o final do ano passado, no Brasil, os autistas não eram considerados deficientes, ficavam no limbo entre o desamparo legal e a inadequação da legislação que protege o deficiente. No entanto, foi sancionada a lei federal 12.764, que deu o primeiro passo para a criação de uma política nacional. Desde então, eles passaram a ter os mesmo benefícios legais das pessoas com deficiência. Agora, escolas são obrigadas aceitarem alunos com o transtorno, além da já citada política nacional de proteção das pessoas com Transtorno do Espectro Autista.
Fonte: Site Terra, clique AQUI e veja a matéria completa em infográfico ("Vanessa, a mãe que teve filho expulso, agredido e chamado de louco na escola", "Eliane Padilha: fui agredida várias vezes em ônibus", "Ana Cristina: nunca vou esquecer o que ela disse: a mãe daquela menina, não", "Melissa: só queria que minha filha brincasse de casinha", "Susana: a experiência repassada para as outras mães" e "Andréia: a mãe que aprendeu o carinho com o filho autista").
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