Após as boas vindas, tivemos uma breve explicação com Paulo Cesar Freitas, advogado e pai de um menino autista de Santa Maria, sobre a primeira sessão de cinema adaptada para as pessoas com autismo (luminosidade e volume de som mais baixos, etc.) programada para domingo (06/03), na capital. Paulo foi um dos principais articuladores para que tivéssemos esse primeiro evento em Porto Alegre.
Em seguida, o Terapeuta Ocupacional Régis Nepomuceno trouxe informações e muitas reflexões sobre o cotidiano como fonte de possibilidades para a promoção do desenvolvimento de pessoas com autismo.
Régis enfatizou que, diferente da concepção recorrente de que rotina é algo chato e desestimulante, as inúmeras atividades do dia a dia podem ser uma rica fonte de aprendizagem, de contextualização e de generalização de informações e habilidades, que inclusive são alvo de intervenções e terapias, quer na clínica, na escola ou em outros contextos. Fez referência, por exemplo, a como atividades de sequência, classificação e agrupamento podem tomar vida e fazer mais sentido quando a pessoa com autismo é estimulada em casa a seguir uma ordem para realizar atividades como vestir-se e escovar os dentes; lavar e guardar a louça; separar as roupas dos membros da família; percorrer o supermercado em busca de um ingrediente necessário para fazer uma receita e pagá-lo no caixa.
O palestrante ainda explanou sobre a diferença entre estruturação da rotina e mecanização. A mecanização não contribui para o aprendizado consciente e (re)aplicável, mas a estrutura de uma rotina personalizada e significativa para a criança pode contribuir para a automatização de processos funcionais e contextualizados. Para essa tarefa, revelou sua preferência pelo uso de fotos como apoio.
O aplicativo Minha Rotina Especial, idealizado por ele, aproveita o potencial da tecnologia para fazer esse tipo de organização da rotina - com fotos de ações e atividades - em que a pessoa com autismo se engaje a cada dia - inclusive em período de férias e quando a família presume que algum imprevisto possa ocorrer. O aplicativo também pode ser utilizado por profissionais e favorece o intercâmbio de informações entre diferentes contextos em que a criança ou pessoa participa (casa, escola e terapia, por exemplo). Mais informações pode ser encontradas clicando aqui.
No encerramento, foram sorteadas uma camiseta do projeto de cinema para crianças com autismo e duas licenças do aplicativo Minha Rotina Especial. Nós, do Instituto Autismo & Vida, ficamos muito contentes com essa retomada das reuniões com tantos interessados. 2016 está aí para ser um ano de ainda mais realizações e ganhos no campo do autismo!
Sócias-voluntárias do IA&V e o palestrante Régis Nepomuceno |
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