Convidamos profissionais da saúde e da educação; Pais e mães de pessoas com Autismo; e, como moderadora,
Renata Costa de Sá Bonotto (nossa sócio-voluntária, Doutora em Informática na Educação e mãe do Vinícius) para a 1ª Reunião de Pais, Familiares e Colaboradores na AMRIGS de 2018. No encontro, foram debatidas as contribuições da família na inclusão escolar da pessoa com Autismo.
Participaram deste encontro
Ana Paula Dihl Kohlmann, nossa Diretora-Presidente e sócio-voluntária, Pedagoga e mãe do Carlos;
Elisa Cantarutti Marques Nunes, nossa sócio-voluntária e integrante do Conselho Fiscal, Contadora e mãe da Gabriela;
Márcia Loguercio, Psicopedagoga Especializada em Atendimento Educacional Especializado;
Simoni e
Gilmar, pais de uma pessoa com Autismo.
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Foto: Paula Moizes |
Durante a roda de conversa foram debatidas diversas questões que contribuem pra que, por exemplo, os convites para aniversários dos coleguinhas não diminuam quando a criança/jovem tem Autismo:
- Uma escola pautada na valorização das diferenças - e que transmita isso aos(às) estudantes;
- Confiança, troca de informações e diálogo franco entre família e escola (ambos precisam estar abertos para que isso ocorra);
- Apresentação de alternativas/adaptações para as atividades escolares em que a criança/jovem encontra dificuldade (podendo partir tanto da família quanto da escola);
- Compreendimento por parte da instituição de ensino de que o mau comportamento da criança/jovem pode estar relacionado ao Autismo, não julgue antes de informar-se;
- Busca de informação por parte da família sobre seus direitos e instrumentos (Conselho Municipal de Educação, Ministério Público);
- Contato constante da família com a supervisão escolar, além dos professores, funcionários, Diretoria e colegas do(a) filho(a) - uma vez que a inclusão escolar não é somente trabalho para os professores.
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Foto: Paula Moizes |
Elisa observou que muitas vezes são os coleguinhas que dão um retorno sobre como a filha (estudante da 1º série do Ensino Fundamental) está se comportando nas aulas.
Para Márcia, ainda estamos longe da inclusão verdadeira. Vivemos um momento de integração entre alunos(as) com e sem deficiência, em que os primeiros ainda são por diversas vezes excluídos de atividades na escola - quando conseguem vaga em uma. Nossa sociedade não é inclusiva, logo, praticar a inclusão escolar não é fácil, porém necessário. É preciso ouvirmos mais uns aos outros a fim de construirmos essa sociedade inclusiva que queremos, ressaltou a Psicopedagoga.
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Márcia, Simoni e Gilmar. Foto: Paula Moizes |
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Uma vez que a inclusão escolar é algo tão novo e há poucos profissionais especialistas nesta área, Ana Paula destacou que a família pode e deve buscar informação em livros e documentos sobre o Autismo, pra que possa questionar atitudes da instituição de ensino perante o(a) aluno(a) com Autismo, quando for necessário.
Essa troca de informações entre família e profissionais da Educação precisa estar na base de todo projeto inclusivo. Assim como também a escola precisa da contribuição da família em casa pra dar continuidade à inclusão: manter rotinas e limites na escola e em casa facilita este processo. Ninguém está preparado, mas todos(as) podemos nos preparar.
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Ana Paula e Elisa. Foto: Paula Moizes |
Escola, lembre-se:
- Em vez de privar a pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) de atividades e de seu próprio desenvolvimento, use os interesses da criança/jovem pra buscar envolvê-la em uma determinada atividade;
- É preciso adaptar as atividades mais do que excluir o(a) aluno(a) da mesma, sempre buscando respeitar o tempo, ritmo e maneira de cada estudante absorver o conteúdo passado em aula. Márcia comentou que prefere trabalhar com as crianças em grupos do que separar individualmente;
- Reforce as habilidades sociais de todos, apoie o comportamento positivo e estabeleça relações de respeito entre as crianças/jovens e corpo docente escolar.
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Luiza Mattos, Psicóloga, sócio-voluntária e integrante do Conselho Fiscal do IA&V e o nosso cantinho para as crianças durante as palestras na AMRIGS. Foto: Paula Moizes |
Família, lembre-se:
- Você pode elaborar um documento bem simples, com texto e fotos (se quiser), sobre a criança/jovem com Autismo para apresentá-la à escola, algo que descreva o que ela gosta e o que não gosta (clique aqui para ver um exemplo) e que irá auxiliar a escola;
- Cuide para que a instituição escolar não invada o escopo do médico ao sugerir remédios e terapias: imponha este limite.
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