08/07/2013

Assume a nova Diretoria do Instituto Autismo & Vida - Gestão 2013/2015




Por Claudia Meyer, Diretora-Presidente do Instituto Autismo & Vida


No momento em que assumo a presidência do Instituto Autismo & Vida, cargo de muita responsabilidade e que muito me honra, quero me dirigir aos nossos sócios, colaboradores e a todos aqueles que nos acompanham.
Um novo ciclo começa para todos nós. E no momento que a nova diretoria assume, tomando a direção, é preciso reconhecer que não partimos do zero.
Nos últimos dois anos, a diretoria que agora encerra seu ciclo construiu uma sólida base, de identidade do Instituto Autismo & Vida, tocando a vida dos familiares das pessoas com autismo, aproximando os problemas das soluções, colocando o autismo em pauta em toda Região Metropolitana.
Essa diretoria, nossa primeira diretoria, será sempre precursora de todas as ações que vierem a ser articuladas pelo nosso Instituto; serão esses sócios sempre credores de reconhecimento e gratidão, pelo sério e consistente trabalho que realizaram.
Por isso, antes de qualquer outra providência, nosso primeiro ato é agradecer, muito especialmente ao Marcelo, e também à Josie, à Heloísa, à Paula e à Cris (Fausta), por terem nos dado o rumo, por nos conduzirem no cumprimento de nossa missão institucional; o Airto continua com seu (en)cargo.
Belo trabalho!
A experiência de vocês será nosso manual, que vai nos orientar quando tivermos dúvida; e lembramos sempre que, acima dos cargos, está nosso compromisso com a conscientização sobre o autismo, sempre presente em nossos atos.
Que sigamos juntos nessa luta!
Também quero falar do futuro.
Vivemos uma época de grandes transformações: mês passado mesmo, voltamos às ruas, (re)tomando o espaço público, protestando, manifestando, usando a voz, dando sentido às palavras. Não há mais lugar para decisões tomadas no recinto fechado dos gabinetes dos burocratas, nem nos sofisticados salões dos privilegiados. Reconhecemos e manifestamos que todos temos voz e vez.
Certamente que é nesta mesma época e neste mesmo mundo que nós, pessoas com autismo e seus familiares, estamos inseridos. Adequadamente ou não, com perfeição, mais ou menos, de um jeito meio torto, mas inseridos. Porque o mundo é o mesmo para todos, pais e filhos, pessoas com autismo e neurotípicos, adeptos do zen-budismo e nazi-fascistas (se é que ainda os há). E nesse mundo plural de realidade impermanente é que nos cabe atuar e construir, na diversidade, o espaço de convivência de todas as tribos.
Sou mulher, sou mãe, sou trabalhadora; sou apenas mais uma. Paro e penso: poderia dizer que vamos acolher todas as dores, que são as nossas dores (do preconceito, do desentendimento, da exclusão, até da falta de comunicação); poderia dizer que vamos cuidar de todos que, como nós, sofrem com as limitações do autismo e sorriem com as superações das pessoas com autismo.
Mas não se trata disso. Neste lugar, não quero ser como a mãe (autoridade), senão como a irmã (amiga). Porque mãe é uma só, e irmãos podem ser muitos. Podem ser parceiros que se dêem as mãos.
É isso, então. É a ideia das mãos. Mãos que amparam, mãos que ajudam a levantar, mãos que, mesmo de longe, acenam e trazem alento. Mãos no contexto da fraternidade e da solidariedade.
Por tudo isso, escolho dizer que vamos cuidar do espaço do sonho; que vamos celebrar, juntos, a nossa natureza de perseverança, o nosso tempo particular de observação e construção de pontes. Pontes para entender as expressões de nossos filhos, pontes para estabelecer essa comunicação que os liberta e que nos salva; pontes para melhorar a qualidade da nossa inserção no mundo.
Nesta nossa caminhada, na espantosa vida de quem convive com o autismo diariamente, sem tréguas, inundados de amor, estamos todos irmanados. Todos podemos dar e pedir apoio. Todos sabemos algo que ajuda o outro. E precisamos uns dos outros.
Não fizemos (com as nossas mãos) o Instituto Autismo & Vida para cuidar, somente. Construímos um espaço onde dividimos. Proponho usarmos as mãos: podemos usá-las para apertarmos as mãos uns dos outros, podemos usá-las para aplaudir vitórias e conquistas dos nossos queridos, podemos usá-las para ajudar a um de nós, que tenha caído, a levantar-se, e seguir caminhando junto. As mãos, sozinhas, não servirão para carregar ninguém, mas para caminharmos juntos. O apoio de todos para todos é horizontal, fraterno, solidário e libertador.
Viva as mãos - as nossas mãos -, que juntas vêm construindo um lar, que é o Instituto Autismo & Vida! Mãos que afagam, mãos que apóiam, mãos que consolam e, fundamentalmente, mãos que conquistam. Coloquemos nas mãos nossos corações e mentes, levando nossa emoção e nossa razão, concretamente, estendidos entre nós e além.
Continuem contando e colaborando conosco!



Nenhum comentário:

Postar um comentário