Por Sergio Ferreira, membro
fundador do Instituto Autismo e Vida e pai do Mateus, autista de 18 anos.
Pai Presente
A cada dia dos pais, tenho um misto
de sentimentos. A felicidade de ser pai é uma das maiores alegrias que eu
poderia ter na vida. Porém, também tenho uma certa tristeza, pois um dos meus
amados filhos é autista.
O fato do Mateus, agora com 18 anos,
ser um autista não verbal de grau severo, não diminui em nada o amor que sinto
e o orgulho que tenho dele. Orgulho de coisas simples, que, aos poucos, ele foi
conquistando. Atualmente, Mateus se alimenta
bem, dorme bem, frequenta escola
especial e se comunica bem através do olhar. Alegro-me em ver o meu filho indo
a concertos da OSPA ou ao cinema e aproveitando as atrações. Fico feliz de
poder almoçar tranquilamente em restaurantes com ele e de viajar com toda a
família, sem que ele se desorganize. Como falei, são coisas muito simples, mas
que eram desafios quando o Mateus era pequeno — e que ainda devem ser para
muitos que tem seus filhos autistas pequenos.
Porém, não ter podido desfrutar de tudo
que eu sonhava quando ele começou a dar seus primeiros passos me entristece.
Todo pai sonha em jogar futebol com seu filho, ensiná-lo a torcer pelo time do
coração, levá-lo ao estádio, etc. Isto gerou uma certa frustração. Tudo caiu
por terra quando soubemos do diagnóstico, há 16 anos. Foi um tempo de dor e de
muitas lutas. Mas o viver é agora. E hoje, sinto-me muito feliz com os
progressos que o Mateus tem feito, apesar das limitações que ele ainda apresenta. Procuro ser um pai presente,
acompanhar o desenvolvimento dos meus filhos, orientá-los e protegê-los em
amor.
E o futuro? O futuro pertence a Deus.
Entretanto, com certeza, esta é uma das maiores preocupações de quem tem um
filho autista. Vislumbro, com otimismo, a possibilidade de que todos que estão
engajados na luta pelo direitos dos autistas, através de entidades como o
Instituto Autismo e Vida, encontrarão um futuro melhor para nossos filhos.
O único filho que Deus mim deu é portador do autismo, hoje ele tem 11 anos, o diagnostico, foi dado aos 7 anos, antes disso sofre tanto tentando descobrir por que o meu filho não falava, não interagia com outras crianças, não se concentrava na escola ou até mesmo em casa na hora de comer ou assistir, ele é muito carinhoso, eu o amo com toda força do meu coração, agradeço a Deus todos os dias da minha vida por meu filho existir. Ele para mim não é um problema como muitos falam e sim a minha razão de viver.
ResponderExcluir