19/11/2017

Depois do diagnóstico: intervenções e a contribuição da família

Sob o tema "Transtorno do Espectro Autista depois do diagnóstico: manejo e intervenção", foi realizada a palestra com Dr. Ricardo Halpern, Pediatra do Desenvolvimento, no dia 11 de novembro de 2017, na AMRIGS (Porto Alegre/RS). O profissional convidado desta edição da Reunião de Pais, Familiares e Colaboradores do Autismo & Vida tem vasta experiência em Transtornos do Neurodesenvolvimento e Pós-Doutorado em Pediatra do Desenvolvimento pelo Center for Development and Learning da Universidade da Carolina do Norte, Chapel Hill (UNC-CH), no Estados Unidos.
Foto: Paula Moizes

Diante de uma situação inesperada como a notícia do diagnóstico é comum que a família da pessoa com Autismo passe por um processo de aceitação. A intensidade e o tempo das fases desse processo - negação, raiva, negociação, depressão e aceitação - vai depender de cada família. Neste momento, o acolhimento e apoio de famílias que já passaram pela mesma experiência deverá ser reconfortante para quem acabou de receber o diagnóstico do(a) filho(a).

Um dos principais pontos levantados por Halpern é o compromisso da família da pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) com as intervenções que estão sendo oferecidas para o indivíduo em questão. O palestrante ressalta que o envolvimento da família nas intervenções traz resultados melhores, mesmo que esses sejam sutis. Acompanhando de maneira ativa o desenvolvimento da pessoa com Autismo, a família poderá não só identificar as necessidades do(a) filho(a), como também poderá perceber e comemorar as mudanças positivas - que mesmo que sejam pequenas são muito significativas toda vez que acontecem.

Dr. Ricardo Halpern. Foto: Paula Moizes
Quanto à(s) intervenção(ões), o palestrante destaca que é preciso identificar o que realmente está afetando de forma limitadora a vida da pessoa com Autismo. A família, que convive diariamente com a pessoa, poderá desenvolver junto aos profissionais um "perfil de apoio necessário", ou seja, uma intervenção personalizada para as necessidades específicas da pessoa com TEA em questão. Nesse sentido, Halpern também pontua a necessidade de um trabalho em equipe: família, profissionais da Saúde e da Educação. Para que isso ocorra, todos devem aprender 1) a trabalhar em grupo e, consequentemente, 2) a se colocar no lugar do outro. O retorno sobre o que está sendo desenvolvido com a pessoa com Autismo é apenas um, dado à família após cada reunião multiprofissional (médico, Terapeuta Ocupacional, professores, etc.).

Halpern lembra ainda que diferentes fases da vida exigem necessidades e intervenções diferentes. Além disso, em fases distintas da vida a pessoa com Autismo pode melhorar em alguns pontos, mas piorar em outros, e vice-versa.

Ricardo Halpern também é Professor-associado de Pediatria da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Atua como Presidente do Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira e Pediatria (SBP). Chefe do Serviço de Pediatria e do Serviço do Desenvolvimento do Hospital da Criança Santo Antônio (Porto Alegre).

O Autismo & Vida é uma Associação sem fins econômicos e um dos nossos princípios institucionais é o pluralismo de ideias e pensamentos, o que nos coloca abertos a diversidade de conteúdos em nossas palestras realizadas por diferentes profissionais. No entanto, o que for proferido em cada evento é de inteira responsabilidade do palestrante e não necessariamente retrata o posicionamento do IA&V.

Acompanhe as datas das próximas palestras gratuitas na AMRIGS neste link.

Reunião de Pais, Familiares e Colaboradores de novembro de 2017. Foto: Paula Moizes

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